terça-feira, 9 de novembro de 2010

O segredo... (Capítulo 2, A origem da decisão, parte 2)

Meus avós estavam de mãos dadas em suas cadeiras de balanço. Meu avô contou sobre o que aconteceu com ele e minha avó Maria há muito tempo atrás, e me narrou o seguinte: “Querido neto, como pode ver seu avô já não esta tão bem como antes, já não posso nem quase te ver, minha visão já foi como a sua um dia... Eu quero te contar uma história que para você que é apenas uma criança não entenderá muito bem, mas quero que você lembre-se dela no sentido de nunca desistir, de sempre ir até o final não importa o que aconteça... Eu tinha acabado de conhecer sua avó Maria, naquela época eu e ela éramos tão jovens, cheios de sonhos e desejos, e quando nos encontramos descobrimos algo novo, algo que nos uniu fortemente. Nós sempre estávamos juntos conversando sobre tudo. Estava tudo indo tão bem até que em um certo dia algo terrível aconteceu, Maria foi levada prisioneira por um grupo de ladrões que tinham invadido nosso vilarejo. Eles fugiram sem deixar rastro, todo mundo pensou que não haveria como salvá-la,  mas eu não acreditei. Eu fui atrás dela... Procurei pistas sobre o paradeiro dos ladrões, foi uma tarefa muito difícil, mas até que um dia eu encontrei o esconderijo deles, um velho casarão. Fui espiar um pouco o local antes de agir. Maria estava tão desfalecida, seu rosto já não possuía o mesmo brilho de antes, meu coração partiu ao vê-la. Eu estava só e eles eram muitos, não haveria como eu conseguir tirar Maria de lá, mas eu não desisti. Criei um plano muitíssimo perigoso. Fingi ser um andarilho e que queria entrar naquele bando e que estaria disposto a trabalhar para aqueles homens. Eles me aceitaram sem suspeitar de nada. E meu primeiro trabalho era de vigiar uma moça que eles tinham raptado. Quando eu entrei na sala onde sua avó estava presa, eu pude ver seu rosto mudar, um leve sorriso levantou em seu pequeno rosto, um sorriso de esperança, ela sabia que era eu mas fingi não conhecê-la, se não todo o plano estaria acabado. Maria percebeu que eu não demonstrei nenhum sinal de emoção ao vela. Então pude ver seu rosto se fechar em tristeza, seus olhos se apertaram como se estivessem  negando a chorar, eu pude ver uma pequenina lágrima que rolou pela sua bochecha criando uma fina linha que deixou confuso na hora, mas continuei fazendo o que tinham me mandado. Então quando todos se dispersaram em cômodos diferentes e logo em seguida se se aquietaram para dormir. Eu levantei sorrateiramente e peguei as armas de todos e escondi, então decidi acabar com eles ali naquele momento. Peguei uma fina adaga que eu levava comigo, e sem pensar duas vezes atravessei a garganta do primeiro ladrão, o que estava no mesmo cômodo que eu,  bem pelas cordas vocais pra que não pudessem gritar, e em seguida tampei o nariz dele para que ficasse sem ar. Repeti isso com o segundo no outro cômodo do casarão e com os outros. Quando pensei que tinha liquidado todos fui até a pequena sala onde minha linda Maria estava, ela estava com os olhos abertos e quando me viu assustou-se, eu tirei o chapéu e o sobretudo então ela sorriu e disse que sabia que eu viria buscá-la e que sabia que era eu o tempo todo, perguntei por quê ela ficou triste quando me viu e respondeu-me que se ela ficasse alegre os bandidos iriam descobrir e acabariam nos matando, abri um grande sorriso ao ouvir aquilo. Sem mais demora cortei as grossas cordas que laçavam seus pulsos. Ela juntou forças para me abraçar. Levantei-a em meus braços, e fomos embora”.
Por (Nelson P. Filho)

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