sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O segredo... (Capítulo 2, A origem da decisão, parte 1)

Meus pés pedem para eu tirá-los dessa água gelada. Todos os pelos do meu corpo estão nesse exato momento querendo sair da minha pele de tão arrepiados que estão. É muito ruim sentir a sensação de algo querendo te congelar, mas não adianta mais. Eu já estou com a água até os joelhos, não posso recuar, e além do mais, eu já cheguei até aqui não cheguei.
Aqui estou eu, com minhas pernas paralisadas dentro d’água, pensando em como ir adiante nessas condições. Pare de pensar! Reaja logo!
Eu já sei, vou pular direto, sem enrolação...
Então lá vou eu!
A sensação de imediato é uma forte sensação de queimadura, que se alastra pelo corpo inteiro se tornando um choque em meus músculos, travando-os temporariamente. Meu Deus, que água gelada! Sem essa. Não posso começar a me debater feito um louco, devo sim é começar a nadar em direção a outra margem.
Minhas braçadas já sem força me levam em direção ao outra margem.
Não consigo parar de pensar em como seria se ao invés de eu estar indo à outra margem estivesse indo de encontro com o fundo desse rio, de encontro a aqueles montes de folhas que sempre se ajuntam no fundo, devido às arvores acima. Imagino-me afundando duro como uma pedra, frio como um defunto pronto a ser entregue ao seu leito de descanso eterno, nessa negra e gélida água. Que coisa estranha de se pensar numa hora dessas, eu tenho que concordar. 
Eu conto com minhas quase fracassadas forças para que eu possa continuar vivo. Nessas condições lembro-me de algo de anos atrás, onde esta a diferença de quem desiste e de quem continua? Qual é o sentido de continuar lutando por algo que aparentemente já esta perdido? Eu vivi pensando em argumentos que explicassem essas perguntas, e confesso que não foi algo fácil entender. A resposta começou a se tornar visível quando eu comecei a querer saber  sobre o que os grandes guerreiros pensavam quando estavam à beira da morte, sobre o que eles refletiam quando sabiam que estavam morrendo, será que eles se arrependiam de algo? Será que eles viam que não teve sentido morrer por algo em vão? Isso latejou em minha mente por diversos anos, sempre abordando um angulo diferente sem nunca realmente esclarecer a minha curiosidade. Até que certo dia me defrontei com algo que pareceu ser o fim de minha busca. Foi em uma visita à casa de meu avô Joaquim, que eu pude entender o que realmente significa escolher entre desistir vivo e morrer tentando.

Isso ai galera ais esta a 1ª parte do segundo capitulo dessa história, espero que estejam gostando  estarei colocando outros pequenos textos paralelos a nossa história. obrigaduuu
Por (Nelson P. Filho)

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