segunda-feira, 24 de março de 2014

Exercitando boas recordações

   Enfim o outono chegou. O clima mudou espantosamente para uma agradável e suportável temperatura, diferentemente desse verão que passou :P.

   O verão serve, acho, só pra fazer as pessoas suarem e pra baixar a  pressão de todo mundo... Tá parei, não posso falar mal do verão assim tão diretamente, pois afinal de contas é no verão que eu posso voltar pra casa e aproveitar o rio rs.

   Uma frente fria se aproximou depressa, trouxe consigo imagens, sons, sensações que a tanto esperávamos, eu esperei pelo menos. 
   E é sobre o efeito sinestésico do ar gélido desse outono que eu escrevo. 

   É naquele momento em que nos preparamos para dormir que no aconchego de nossas camas que as histórias tornam-se reais.

   Quem nunca foi dormir e se deparou a milhas e milhas distante de conseguir dormir? haha... 
   Isso sempre acontece comigo. Uma forma do meu subconsciente brincar comigo. 
   Não que isso seja ruim, entretanto, em noites que você sabe que tem de dormir pois no outro dia acordará cedo para fazer alguma coisa importante, somente nesses dias não é legal ficar acordado pensando... :(

   De qualquer forma, fazia tempo que eu não tinha um momento assim, mas graças a uma frente fria que se estacionou em nosso litoral e a chegada do nosso querido e amado outono eu pude relembrar como é nostálgico se perder em pensamentos, principalmente naqueles que a tempo estavam quase esquecidos.

   Última sexta-feira no trabalho, conversando com minhas amigas Luciane e Ana, comentávamos sobre lembranças e como acabávamos esquecendo por falta de uso, ou seja, se paramos de lembrar coisas que gostamos ou que vivemos acabamos esquecendo. Isso é uma perda lastimável.

   Então relacionei esse fato com o de ficar recordando boas memórias ao ir dormir como um reflexo natural da nossa mente para não esquecer daquilo que é importante...

   "lembro-me de caminhar, ainda criança, pela estrada da vila onde cresci.
   De tantos momentos, os mais simples e únicos são os de fim de tarde próximos do anoitecer. O sol ia se escondendo entre os morros e o céu coloria-se de um lilás frio ao passo de que a noite ia se aproximando. Uma fina neblina ia se formando por cima do pasto verde onde eu podia ver o gado pastando e os cavalos correndo pra lá e pra cá por algum motivo desconhecido pra mim.
   Imagino-me sempre no mesmo local caminhando e ouvindo os pássaros se recolherem aos seus ninhos. No outono, quando as folhas começavam a cair, que a vida ainda assim continuava a surpreender com belezas que agora aparecem enevoadas e sem brilho devido ao tempo que passou tão depressa quanto a noite naquele época.
   É outono novamente e de certa forma sinto-me próximo do meu passado, não de maneira pejorativa, pois o passado não deve nos influenciar, mas de maneira calorosa e alegre. 
   Saber que tudo valeu a pena e que a vida presenteou-nos com tantos momentos perfeitos. Esse é o efeito de que precisamos nos dias de hoje, mas se não aprendermos a continuamente exercitar as nossas lembranças, acabaremos perdendo o rumo e esquecendo do quão bom Deus tem sido conosco.
   Vale a tentativa. Vale a oportunidade."
Orla de Paranaguá da ponte do Valadares
Foto: Nelson P. Filho - C/ PS

   


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