domingo, 10 de outubro de 2010

O segredo... (Capítulo 1, A floresta negra, parte 2)

Volto a mim, todos os pensamentos de desistência sumiram, restando apenas o medo, eu tento ficar o mais longe possível dele, mas não importa quanto tempo você fique tentando controlar os batimentos do seu coração ou a sua respiração você sempre sentirá essa sensação gélida em sua espinha, assim como eu que já estou há muito tempo andando, mas o medo sempre reaparece cada vez mais intenso, cada vez mais forte, cada vez mais...  Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo, isso é algo inexplicável. Parece que a cada passo que dou, cada movimento que faço nessa escuridão sinto como se algo estivesse a um centímetro de mim, como se algo quisesse me pegar. Não tenho dúvida, algo esta atrás de mim! Não pode ser! Eu corri quando tive a chance e já estou caminhando há muito tempo, já deveria estar longe o suficiente para estar seguro, não é possível que ainda esteja atrás de mim! Eu tenho que me apressar correr se for preciso...
Minha corrida não esta tão eficiente agora nessas condições, até uma criança conseguiria correr mais rápido. Tento ver o que esta pela frente para não correr o risco de cair e não levantar mais, mas agora ficou mais difícil perceber onde estou pisando, minhas pernas estão sem controle, é como se eu quisesse fazer uma coisa e meu corpo outra. Não irei muito longe desse jeito, preciso diminuir esse ritmo, não que mereça ser chamado de ritmo. Minhas pernas pedem para descansar, mas não vou dá-las esse luxo. Mas por outro lado, será que era algo mesmo? Só tem um jeito de saber. Irei concordar com minhas pernas dessa vez, vamos caminhar.
Não sei como estou conseguindo passar por essa floresta, principalmente nesta escuridão, se não fosse pelo árduo treino que tive quando mais jovem eu com certeza estaria andando em círculos e provavelmente morto. Quando mais novo, sempre gostei de ir viajar com o tio Bartolomeu, graças a ele hoje sei me virar em vários lugares diferentes em condições diversas , nunca precisei tanto dos ensinamentos de meu querido tio do que agora.
O que é aquilo que vejo ao longe? Será que... Não. Será que é? É sim!não pode ser outra coisa. Sinto até meu coração bater de um jeito diferente, a gota da esperança pingou em meu coração. Vi ao longe uma ínfima claridade levantando-se pela floresta, quase como se fosse a claridade de uma vela a essa distancia, não restam dúvida de que aquele minúsculo ponto a clarear é o vilarejo, com suas maravilhosas lamparinas colocadas em cada poste de suas ruas a se unirem para projetar um brilho amarelo fosco com um fino traço avermelhado ao longe, para mim. Agora posso ter uma referência melhor para me direcionar, isso é um bom sinal. Mas ainda sim, estou longe o bastante para não ser ouvido, quem sabe se eu gritasse? Não, mesmo assim ninguém poderia me ouvir, meu mais alto grito não teria sequer um barulho de mosquito aos ouvidos das pessoas do vilarejo, deve ser porque ainda estou sobre a influência da escuridão. A minha volta só há a noite, morta aos olhos humanos, mas muito bem viva aos olhos dos animais e insetos que vivem nesta floresta e as árvores que aqui estão há séculos.
Galera esta é a segunda parte do priemiro capitulo, a terceira parte sera postada quarta feira, até la... ah e nao deixem de comentar...

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