quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O segredo... (Capítulo 1, A floresta negra, parte 3)

Ouço uma coruja em algum galho distante com sua fala rouca e estalada apenas ficando à espreita de sua presa. A sensação que tenho ao ouvir o barulho de pequenos animais correndo por entre os arbustos é como se eu estivesse sendo a presa de algum animal feroz e perigoso. Eu sinto uma coisa diferente no ar como a viva floresta se aquietou de uma hora para outra isso soa estranho, principalmente quando se esta sozinho a vagar por um lugar escuro e medonho.  Algo esta ao meu encalço tenho certeza, mas por que não atacou ainda? Eu acho que ele esta se alimentando do cheiro do meu medo, ao qual já me acostumei. A névoa começa a flutuar pelo caminho, e começa a ficar mais e mais densa. Não posso perder aquela luz de vista se não estou perdido. O que é isso que estou sentindo? Se o ambiente está frio, por que estou sentindo calor em minhas costas? A não! Eu estou realmente sendo seguido outra vez. Não, isso é coisa da minha mente, ou será que não? O que acontece se eu parar e olhar pra trás? Não. Eu posso perder a claridade de vista, ela esta sendo minha guia. Não posso olhar. Não posso olhar... Droga... Esta ficando mais quente atrás de mim... Algo esta vindo depressa. Já não ouço os animais, eles fugiram ou se esconderam de algo. Um barulho vem se tornando mais intenso conforme meu medo aumenta, ouço uma respiração intensa e pesada acompanhada de um forte pisar que vem quebrando os galhos caídos pelo chão, fazendo um som horripilante entrar pelos meus ouvidos e ecoando dentro de minha cabeça. Os animais devem ter fugido dessa coisa atrás de mim. Meu coração esta cada vez mais acelerado, esta prestes a sair pela boca. Meu pulmão não está mais suportando a quantidade de ar que estou respirando, ele está inflando ao seu limite, acho que minhas costelas vão se romper pelo movimento do meu pulmão. Não posso parar, tenho que usar as últimas forças que ainda me restam para tentar correr. Fugir como um coelho assustado foge de seu sanguinário predador. O barulho... Aqueles passos, aquela respiração...  Parou!? Por quê? Já não estava eu a mira de seu instinto assassino, já não estava tão perto o suficiente para que fosse pego... Ou será que realmente não era nada... Não era nada? Ufa...  Ainda bem, agora posso tentar acalmar meu coração, posso forçar minha respiração a voltar ao normal. E terminar com uma preocupação a menos a minha árdua jornada de retorno ao vilarejo.
Minha garganta está queimando, com a impressão de que vai pegar fogo, se pelo menos tivesse água limpa por perto poderia assim aliviar essa sensação ardida que já sinto até por meu pescoço. Meu coração deve ter aumentado de tamanho com todos aqueles batimentos, o sinto apertado em meu peito, que já estava dolorido por força de meu pulmão. Gradativamente estou fazendo minha respiração voltar ao normal, esse é um processo demorado, mas não impossível.
A luz que me guiava à distância esta maior, em todo esse desespero que passei nem percebi o quanto estou mais próximo, isso é um bom sinal para mim, pois beirando os limites do vilarejo de Black Forest há um rio, se eu me apressar poderei chegar a ele a tempo de minha garganta não me matar.
Espero que estejam gostando.... Sexta-feira a noite postarei a 4ª e ultima parte do 1º capitulo. Semana que vem teremos o 2º capitulo......

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